Minuto Mercado
24/04/2023

SEMANA 24/04 A 28/04
4 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
- Balança Comercial Semanal - Brasil (segunda-feira 15h)
Após o forte resultado de março, o saldo de abril continua forte, apesar da dissipação do efeito das exportações robustas de petróleo. Destaque para o escoamento de soja, de acordo com a sazonalidade. Superávits tendem a apreciar o real.
- Nota do Setor Externo EUA - Março (terça-feira 8h30)
Estimativa: US$ 2,2bi
As contas externas brasileiras seguem apresentando boa performance, a despeito da esperada desaceleração externa. Nesse mês, é esperado um novo superavit, principalmente refletindo a balança comercial robusta. Números acima do esperado apreciam o real.
- Nota de Crédito Brasil - Março (quarta-feira 8h30)
Estimativa: R$ 5,3bi
O crédito permanece como o principal vetor de risco à atividade brasileira. Destaque para a inadimplência, principalmente às métricas de juros do BCB. Uma taxa de inadimplência mais pressionada tende a desvalorizar o real.
- PIB EUA - 1T (quinta-feira 9h30)
Estimativa: 2,0% QoQ
Vetores mistos têm atuado sobre o desempenho dos ativos, mas muitos dados ainda indicam resiliência da economia americana. O resultado consolidado da atividade do primeiro trimestre do ano, nos EUA, será preponderante ao Fed, portanto, em suas próximas decisões. Nesse contexto, uma alta maior que a esperada tende a fortalecer o dólar.
- Deflator do PCE EUA - Março (sexta-feira 9h30)
Estimativa: 0,1% MoM
A desinflação global de bens tem dado suporte a uma visão mais construtiva para preços, mas a inflação ao consumidor americano segue pressionada, principalmente refletindo a dinâmica de salários. Por isso, segue em foco a performance dos núcleos. Números mais altos que a expectativa fortalecem o dólar.
O dólar apresentou ligeira alta na margem, na semana passada. O Empire State Factory, sondagem industrial americana, foi o principal vetor da elevação dos prêmios de risco, pela surpresa consideravelmente positiva do dado de abril (10,8 vs est. -18), aumentando a probabilidade de juros restritivos por mais tempo nos EUA. Contudo, indicadores chineses trouxeram um alívio importante, ao surpreenderem positivamente as projeções – o PIB do primeiro trimestre avançou 4,5% YoY e o varejo, 10,6% YoY. Já a inflação no Reino Unido avançou 0,8% MoM em março (contra expectativas de 0,5%), com núcleo ainda pressionado na comparação interanual (6,2%). Esse dado, somado à leitura final da inflação da Zona do Euro (6,9% YoY), também atuou de forma a aumentar o risk-off em alguma medida, diante de perspectivas menos construtivas de política monetária em economias relevantes.
O real por sua vez terminou a semana, de liquidez reduzida, mais depreciado. Foram destaques a submissão do novo arcabouço fiscal ao Congresso e seus desdobramentos. Os detalhes adicionais da proposta do arcabouço fiscal não mudaram a percepção dos agentes de que os resultados primários almejados dependem fortemente de altas robustas da arrecadação. Além disso, algumas medidas que vêm sendo consideradas para este fim podem encontrar resistência para serem aprovadas. O texto flexibiliza, ainda, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ao estabelecer que o descumprimento da meta das contas públicas não infringe a referida lei – o que foi recebido negativamente pelo mercado local.
Nessa semana, a agenda traz bastante indicadores importantes domésticos e externos. De todo modo, deve seguir no radar do investidor o noticiário político, principalmente local.