Minuto Mercado
22/05/2023

SEMANA 22/05 a 26/05
5 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
- Balança Comercial Semanal - Brasil (segunda-feira 15h)
A supersafra de soja continua dando suporte a superávits em maio, após o escoamento da commodity ter sido comprometido em abril. Com isso, as contas externas devem permanecer favorecidas pela balança física, além da esperada desaceleração interna, que tende a moderar as importações. Números mais fortes tendem a apreciar o real.
- Flash PMIs EUA - Maio (terça-feira 10h45)
Vetores mistos têm impactado as projeções globais. De um lado, a resiliência da economia americana permite aos agentes vislumbrarem um “soft landing”. De outro, a perspectiva de novas altas nas Fed Funds eleva a aversão ao risco dos investidores. No atual contexto de juros restritivos, resultados acima do esperado tendem a fortalecer o dólar.
- Ata do FOMC - EUA (quarta-feira 15h)
Ainda que o Fed tenha sinalizado uma pausa na alta de juros, parte dos dados americanos ainda permitem continuação do aperto monetário. Inclusive, falas recentes de dirigentes da instituição têm sido mais duras. Nesse sentido, crescem as expectativas de uma possível recessão no país. O discurso de Powell (15h30) tende a guiar os mercados com relação a isso – sendo que um tom mais hawkish tende a fortalecer o dólar.
- IPCA-15 Brasil - Maio (quinta-feira 9h)
Estimativa: 0,64% MoM
A prévia desse mês deve trazer um headline mais pressionado, ainda que a visão permaneça majoritariamente construtiva para preços. O cenário global de bens deve continuar favorecendo a inflação interna, porém serviços serão destaque da divulgação, devido aos números recentes mais fortes de atividade. Dados abaixo do esperado tendem a valorizar o real.
- Deflator do PCE EUA - Abril (sexta-feira 9h30)
Estimativa: 0,3% MoM
A inflação deve mostrar aceleração na margem segundo consenso do mercado, após avançar 0,1% em março. Se confirmado, este será um impulso adicional a uma postura mais hawkish do banco central americano – embora a composição do resultado seja igualmente relevante. Números abaixo do esperado tendem a enfraquecer o real.
O dólar se fortaleceu nos últimos dias, principalmente por conta de EUA. O impasse nas discussões sobre a elevação do teto da dívida e falas de cunho mais hawkish de dirigentes do Fed valorizaram a moeda americana, além de impulsionarem a abertura das Treasuries. Com relação à agenda, no mesmo sentido, os resultados do comércio e da indústria indicaram uma atividade mais fortalecida no país – a despeito do aperto monetário. A China, por sua vez, surpreendeu negativamente o mercado pela economia mais fraca que o esperado, fortalecendo o dólar indiretamente. Os primeiros hard datas do segundo trimestre indicaram um desempenho menos pujante, com crescimento de 5,6% YoY da indústria (vs est. 10,9%) e de 18,4% YoY do comércio (vs est. 21,9%). A perspectiva, portanto, de um impulso chinês menor ao crescimento global aumentou o risk-off dos investidores, penalizando moedas de países emergentes.
O real, além disso, depreciou também por conta da discussão acerca do novo arcabouço fiscal – que foi apresentado a líderes do Congresso. O texto apresentado pelo Ministério da Fazenda foi alterado pelo relator, incluindo gatilhos e restrições de gastos em caso de não cumprimento das metas. Mas o relatório fixou o crescimento real das despesas em 2,5% em 2024, independentemente do desempenho das receitas. Em linhas gerais, a maior parte da proposta foi preservada – implicando fontes de receita adicionais para atingimento das metas primárias – e mais dispêndios serão permitidos caso a inflação do final do ano supere a taxa acumulada em 12 meses até junho. Já os dados indicaram um forte crescimento da atividade no 1º trimestre do ano – o IBC-Br (proxy para o PIB) recuou 0,15% MoM em março (vs est. -0,30%), refletindo a forte produção agrícola e o mercado de trabalho brasileiro ainda resiliente.
A proposta fiscal doméstica deve ser destaque nessa semana, na Câmara dos Deputados, já que foi aprovado o pedido de urgência para análise. Além disso, dados relevantes, como o PCE americano e os PMIs continuarão indicando a dinâmica global.