Minuto Mercado

SEMANA 17/04 A 21/04

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

  • Balança Comercial Semanal - Brasil (segunda-feira 15h)
    Após o forte resultado de março, alguma moderação é esperada no saldo de abril – dissipando em alguma medida o efeito das exportações robustas de petróleo. De todo modo, a balança de bens segue contribuindo bastante positivamente para o resultado das contas externas. Superávits tendem a apreciar o real.
  • Concessão de Alvarás EUA - Março (terça-feira 9h30)
    Estimativa: 1450k
    O setor imobiliário americano permanece mais enfraquecido – nessa divulgação o número corresponde a uma queda de 6,5% na margem. Porém sinais mistos da economia ainda permitem uma expectativa de alta de juros nos EUA. Nesse contexto, números acima do esperado fortalecem o dólar.
  • PIM Brasil - Fevereiro (quarta-feira 9h)
    Estimativa: -0,2% MoM
    Assim como outros dados de atividade, a indústria deve mostrar arrefecimento – em linha com o aperto monetário em curso, o que tem contribuído para expectativas de quedas de juros locais. Números mais altos, que a expectativa, fortalecem o real.
  • Pedidos de Auxílio Desemprego - EUA (quinta-feira 9h30)
    Estimativa: 240k
    O dado semanal, que sinaliza a dinâmica do mercado de trabalho americano, deve continuar com resultados relativamente altos. Após a revisão metodológica, os números têm vindo mais pressionados. Na atual conjuntura de aperto monetário, dados acima das projeções tendem a enfraquecer o dólar.

  • Flash PMIs EUA - Abril (sexta-feira 10h45)
    O mercado espera algum arrefecimento dos indicadores prévios – tanto indústria, como serviços. O setor manufatureiro deve permanecer indicando retração, mas serviços continuarão a indicar expansão, em linha com outros dados mais resilientes da economia americana. Nesse contexto, resultados mais fortes que os esperados tendem a fortalecer o dólar.


O movimento do dólar beneficiou, mais uma vez, moedas de países emergentes. Tanto o CPI (0,1% vs est. 0,2% MoM), quanto o PPI de março (-0,5% vs est. 0,0% MoM) trouxeram uma visão mais construtiva para preços nos EUA – ainda que uma última alta (de 25 pontos) seja esperada em maio, nas Fed Funds. O sistema bancário americano permanece como um vetor de risco à atividade prospectiva, mas outros dados continuam mostrando resiliência da economia. Já a China deu suporte a uma visão mais otimista para a performance global ao registrar um superávit expressivo em sua balança comercial (US$ 88,2 bilhões). Além das importações recuarem menos que o previsto, foi destaque o avanço de 14,8% de exportações, em termos anualizados. Dada a conjuntura de aperto monetário dos países, o consenso era de uma queda 7,1% desse escoamento.

Já o real, além da ajuda externa, apreciou também pela conjuntura doméstica. Destaque para o IPCA de março, que ficou abaixo do esperado pelo mercado (0,71% vs est. 0,77% MoM), com persistência da desaceleração de núcleos. Essa leitura, somada aos resultados mais fracos de comércio e de serviços de janeiro, contribuiu para expectativas crescentes de quedas nas taxas de juros locais. Além disso, as reações seguem majoritariamente positivas à proposta do arcabouço fiscal e houve alguma moderação dos ruídos políticos – a declaração do Secretário do Tesouro de que apenas as receitas permanentes seriam consideradas para calcular o crescimento dos gastos públicos teve boa recepção no mercado.

Nessa semana, segundo a Ministra do Planejamento, o novo marco fiscal será detalhado ao público – o que deve ser o centro das atenções do investidor local. Fora isso, a agenda doméstica esvaziada e o feriado na sexta-feira devem submeter a performance dos ativos ao ambiente externo, principalmente.