Minuto Mercado

MINUTO MERCADO 15/05/2023

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

 

Balança Comercial Semanal - Brasil (segunda-feira 15h)
Nesse mês, parte importante da supersafra de soja deve continuar dando suporte a superávits – uma vez que o escoamento da commodity foi comprometido em abril. Dados preliminares mostram que as contas externas permanecem favorecidas – conforme sazonalidade esperada. Números mais fortes tendem a apreciar o real.

 

Vendas do Varejo EUA - Abril (terça-feira 9h30)
Estimativa:
0,8% MoM
Em março, o comércio evidenciou uma desaceleração, mas talvez de maneira mais lenta que o esperado – como a principal surpresa baixista veio de combustíveis e o grupo de controle veio mais forte, o mercado interpretou o dado como um sinal de resiliência da economia dos EUA. Além disso, Food Services and Drinking Places, proxy para o desempenho de serviços, avançou na margem. No atual contexto de aperto monetário, resultados acima do esperado tendem a fortalecer o dólar.

 

PMC Brasil - Março (quarta-feira 9h)
Estimativa: 0,0% MoM
Em fevereiro, o comércio mostrou uma leitura bastante heterogênea, com o avanço explicado quase que unicamente por uma devolução da venda de veículos. O núcleo da pesquisa, por sua vez, trouxe uma composição mais negativa, sinalizando redução no consumo das famílias. Para os próximos meses, é provável que essa dinâmica se mantenha, visto o resultado das sondagens. Números mais altos que a expectativa, tendem a apreciar o real.

 

Pedidos de Auxílio Desemprego Semanais - EUA (quinta-feira 9h30)
Estimativa: 252k
Segundo o governo local de Massachusetts, a razão para a alta recente do indicador – que parecia estar indicando um arrefecimento do mercado de trabalho americano – seria uma fraude dos dados. Essa notícia, semana passada, aumentou significativamente o risk-off do investidor. Dados abaixo do esperado, portanto, tendem a fortalecer o dólar.

 

IBC-Br Brasil - Março (sexta-feira 9h)
Estimativa: -0,50% MoM
A atividade deve mostrar desaceleração na margem segundo consenso do mercado, após o avanço expressivo visto em fevereiro (3,32%). O principal vetor seria a moderação do consumo das famílias em meio ao aperto monetário, embora o setor agropecuário persista impulsionando o produto devido à forte produção interna e à demanda externa ainda resiliente. Números abaixo do esperado tendem a depreciar o real.

 

O dólar terminou a semana passada mais fortalecido. A inflação ao consumidor nos EUA, destaque da agenda, veio em linha com a mediana das projeções (0,4% MoM) e trouxe uma composição favorável. Já o PPI trouxe surpresa baixista, ajudando a moderar os prêmios de risco. De todo modo, preponderou a percepção de que um cenário recessivo global continua provável – já que não se vislumbram cortes nas Fed Funds esse ano e que pelo menos mais uma alta é esperada nos juros da Zona do Euro. Além disso, na China, os sinais foram de atividade morna, com o CPI chinês avançando 0,1% YoY (vs est. 0,3%) e empréstimos desacelerando mais do que previa o consenso. Por fim, predominou a aversão ao risco após especulação de que dados recentes de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA estariam fraudados. Com isso, o balanço dos agentes econômicos foi de que a conjuntura mundial continua desafiadora.

 

Apesar disso, o real teve mais uma semana de valorização. Foram destaques da agenda a ata do Copom e o IPCA de abril – que trouxeram sinalizações opostas. Enquanto a ata reconheceu uma melhora no balanço de riscos, nos preços do atacado e o risco desinflacionário da crise do crédito no ambiente externo, a inflação ao consumidor registrou surpresa altista na margem (0,61% vs est. 0,55%). De todo modo, o noticiário político favoreceu o risk-on local. No âmbito fiscal, o governo lançou a Medida Provisória (MP) para regulamentação das apostas online – o que pode incrementar a arrecadação pública em 2024. O texto, que será encaminhado ao Congresso, estabelece um imposto de 16% sobre o faturamento dessas empresas. O investidor, portanto, teve respaldo para acreditar em um cumprimento da meta de primário em 2024.

Nessa semana dados relevantes continuarão sinalizando a dinâmica global, com destaque para a China. Além disso, segue em pauta a discussão acerca do teto da dívida nos EUA e o arcabouço fiscal no Brasil.