Minuto Mercado
10/04/2023

SEMANA 10/04 A 14/04
5 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
· IGP-DI Brasil - Março (segunda-feira 8h)
Estimativa: -0,13% MoM / efetivo -0,34% MoM
Os preços do atacado continuam arrefecendo, com destaque para o núcleo do IPA Industrial – em linha com a desinflação global de bens. Os sinais permanecem no sentido de desaceleração de núcleos, contribuindo para uma perspectiva favorável à inflação ao consumidor. Dados mais fortes tendem a depreciar o real.
· IPCA Brasil - Março (terça-feira 9h)
Estimativa: 0,77% MoM
Apesar da surpresa altista registrada no IPCA-15, a leitura dos preços ao consumidor continua positiva, uma vez que Serviços Subjacentes seguem desacelerando e a Difusão (tanto a total, como de serviços) veio mais baixa. Além disso, bens industriais permanecem como um vetor baixista. Dados abaixo da expectativa e/ou composições benignas tendem a valorizar o real.
· CPI EUA - Março (quarta-feira 9h30)
Estimativa: 0,3% MoM
A surpresa altista do núcleo na última divulgação deu suporte à alta de juros do Fed em março, a despeito da questão dos bancos nos EUA. Contudo, os próximos passos da instituição monetária são data dependent, conforme indicado no comunicado – o que torna o dado de inflação ao consumidor preponderante a futuras decisões. Números mais altos, que a expectativa, fortalecem o dólar.
· PPI EUA - Março (quinta-feira 9h30)
Estimativa: 0,0% MoM
A dinâmica benigna dos preços ao produtor nos EUA deve persistir, dada a desaceleração econômica global em curso e a gradual normalização das cadeias produtivas globais – o que tem contribuído para a desinflação global de bens. Dados abaixo do esperado tendem a enfraquecer o dólar.
· Vendas do Varejo EUA - Março (sexta-feira 9h30)
Estimativa: -0,4% MoM
Em linhas gerais, o setor do comércio nos EUA tem mostrado o almejado arrefecimento da atividade local por parte do Fed. A abertura de Food Services and Drinking Places, que serve como uma proxy para o desempenho de serviços, recuou em fevereiro, indicando alguma desaceleração da economia. Neste contexto, resultados acima do esperado tendem a fortalecer o dólar.
O dólar continua se enfraquecendo. O ISM da indústria e de serviços dos EUA ficaram abaixo das expectativas em março, contribuindo para esse movimento. O primeiro setor continuou indicando retração (46,3), enquanto o segundo desacelerou significativamente em relação a fevereiro (de 55,1 a 51,2). Com relação ao mercado de trabalho, dois sinais importantes: (i) o número de vagas em aberto (JOLTS) de fevereiro ficou abaixo do esperado (9,3mi vs est. 10,5mi), com hiato entre vagas abertas e desempregados fechando na maioria dos setores, e (ii) a mudança na metodologia dos pedidos de auxílio desemprego trouxe revisão e surpresa altistas dos números. O Payroll de março, por sua vez, ficou ligeiramente abaixo da mediana das projeções (em 236k). Assim, a perspectiva de desaceleração da economia americana atuou de forma a reduzir os prêmios de risco.
Já o real terminou a semana ligeiramente mais apreciado, após a melhora significativa da semana anterior. Como a liquidez foi reduzida devido ao feriado de Páscoa e a agenda foi esvaziada de dados, permaneceram em foco discussões acerca do novo arcabouço fiscal. De um lado, o Presidente do Banco Central deu respaldo a uma melhora do balanço de riscos da instituição decorrente da nova proposta. De outro, a alta dependência da trajetória de crescimento e da elevação da arrecadação para sucesso do mecanismo ainda segue como motivo de incerteza e críticas. Segundo o Ministro da Fazenda, a equipe econômica já mapeou R$ 300 bilhões em aumento de receitas de forma a dar suporte ao alcance das metas de resultado primário, e medidas para aumentar a arrecadação em R$ 100-110 bilhões foram antecipadas.
Nessa semana, o arcabouço fiscal continuará em pauta, com previsão de que seja apresentado à Câmara terça-feira. Além disso, dados americanos e domésticos nortearão as decisões dos investidores.