Minuto Mercado

SEMANA 03/04 A 07/04

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

  • ISM da Indústria EUA - Março (segunda-feira 11h)
    Estimativa: 47,5
    O setor manufatureiro, que apresenta um nível da capacidade instalada menos pressionado (em linha com as condições financeiras mais restritivas), tem elevado a probabilidade de uma recessão nos EUA. As recentes surpresas altistas dos dados americanos, que têm como consequência juros mais altos, corroboram essa visão. Com isso, resultados abaixo do esperado têm fortalecido o dólar.
  • JOLTS EUA - Fevereiro (terça-feira 11h)
    Estimativa: 10.500k
     A economia americana tem um número de vagas de emprego abertas que corresponde a aproximadamente duas vezes o número de desempregados, o que indica um mercado de trabalho apertado. Com isso, salários permanecem pressionados, prejudicando a inflação. Na atual conjuntura de aperto monetário, dados acima das projeções tendem a fortalecer o dólar.
  • ISM de Serviços EUA - Março (quarta-feira 11h)
    Estimativa: 54,5
    A alta vista no PMI de serviços tende a aparecer também no ISM, que já vinha indicando serviços mais fortes anteriormente. As recorrentes surpresas altistas dos dados indicam que a atividade americana segue resiliente, a despeito do aperto monetário. Diante desse cenário, resultados abaixo do esperado enfraquecem o dólar.
  • Pedidos de Auxílio Desemprego - EUA (quinta-feira 9h30)
    Estimativa: 200k
    Antecedendo o Payroll, o dado semanal deve indicar – assim como ADP e JOLTS da semana – a dinâmica do mercado de trabalho americano. Nas últimas semanas, os pedidos têm mostrado surpresas mistas com relação ao consenso das projeções. Na atual conjuntura de aperto monetário, dados acima das projeções tendem a enfraquecer o dólar.
  • Payroll EUA - Março (sexta-feira 9h30)
    Estimativa: 240k

    A autoridade monetária americana acompanhará de perto as divulgações relacionadas a emprego, já que esta é a última parte da economia que deve desacelerar – dando pistas para as próximas decisão de política monetária. Esse tema ganhou ainda mais relevância devido ao temor com relação à questão dos bancos nos EUA. Nesse contexto, dados mais fortes tendem a fortalecer o dólar.

O dólar tem se enfraquecido recentemente, com a moderação da aversão ao risco do ambiente externo. As reações negativas à questão dos bancos têm se dissipado gradualmente, como reflexo de medidas governamentais e privadas, que impedem um contágio no sistema financeiro. Os dados também têm sido mais construtivos na margem. O núcleo do PCE de fevereiro ficou abaixo do esperado (0,3% vs est. 0,4% MoM), a prévia da inflação da Zona do Euro surpreendeu positivamente, ao avançar 0,9% neste mês (contra a expectativa de 1,1% MoM) e a divulgação dos PMIs da China corroborou a expectativa de retomada da atividade, com destaque para o desempenho de serviços. Assim, moedas de países emergentes foram beneficiadas.

O real também terminou a semana mais apreciado. Além do cenário externo, o noticiário doméstico garantiu à moeda brasileira uma melhor performance relativa. Apesar dos ruídos que precederam o anúncio do novo arcabouço fiscal, os prêmios de risco cederam com a aproximação e a posterior divulgação da regra. Apesar de implicar uma alta dependência das receitas para o alcance das metas fiscais, o mercado reagiu positivamente à proposta que inclui limite de gastos e metas de superávit primário – possivelmente, refletindo, sobretudo, a maior previsibilidade das contas públicas. Além disso, a ata do Copom novamente trouxe um tom mais ameno do que o do comunicado. Com relação aos dados, destaque para a desaceleração da atividade – seja pelos resultados do crédito, da indústria ou mesmo do mercado de trabalho –, contribuindo para perspectivas de juros menos restritivos.

Nessa semana de liquidez reduzida por conta do feriado brasileiro na sexta-feira, serão destaques dados dos EUA. Aqui, seguem em foco análises do arcabouço fiscal e o noticiário político.