Minuto Mercado
31/10/2022

SEMANA 31/10 a 04/11
4 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
ü CPI (inflação) Zona do Euro - Prévia de Outubro (segunda-feira 7h)
Estimativa: 1,2%
Surpresas altistas nos dados de inflação da última sexta-feira em alguns países europeus diminuíram expectativas de uma desaceleração do aperto monetário – após o BCE elevar a taxa de juros em 75pts semana passada.
ü Balança Comercial Mensal Brasil - Outubro (terça-feira 15h)
Estimativa: 4,1bi
Os dados da balança física devem trazer um superávit, em linha com os dados semanais positivos deste mês e do bom desempenho observado no ano. As exportações continuam robustas, com destaque para soja, que tem ficado consistentemente acima da sazonalidade (tanto em volume como em valor). Resultados mais altos tendem a apreciar o real, pela possibilidade de maior fluxo estrangeiro no país.
ü FOMC - EUA (quarta-feira 15h)
Expectativa: 4,0%
A economia americana, ainda resiliente, levará o Fed a uma nova alta de 0,75% na taxa de juros, visando a conter a inflação. Os discursos de Powell, em seguida, será importante para entender qual a percepção do Banco Central e seus próximos passos. Uma postura que indique desaceleração do aperto monetário alivia as Treasuries e favorece o real.
ü Reunião BoE - Reino Unido (quinta-feira 9h)
Estimativa: 3,0%
O cenário político e econômico do Reino Unido tem gerado uma instabilidade significativa no mercado financeiro, principalmente local. Depois dessa alta esperada de 75pts nas taxas de juros, a comunicação deve fornecer sinais do que os agentes poderão esperar da política econômica. Perspectivas piores fortaleceriam o dólar, indiretamente.
ü Payroll EUA - Outubro (sexta-feira 9h30)
Estimativa: 190k
O mercado de trabalho americano deve mostrar um arrefecimento em relação a setembro, refletindo algum impacto do aperto monetário em curso – e em linha com outros dados recentes. Na terça-feira, o JOLTS deve dar alguma pista do resultado. Surpresas para cima fortalecem o dólar.
A agenda externa tem contribuído para o clima global de maior risk-on. Os dados de EUA da semana passada corroboraram a percepção de um tom mais dovish do Fed, ao indicar algum arrefecimento da economia americana – enfraquecendo o dólar. Na Europa, houve alta de juros do Banco Central Europeu, em 75 pontos (para 2,0%), conforme esperado, junto à menção de que as expectativas de inflação seguem ancoradas e o avanço dos salários moderado – deixando os próximos passos no modo data dependente. Isso e o cenário menos ruidoso no Reino Unido beneficiaram as moedas de países emergentes.
A vitória de Lula indica uma maior aversão ao risco. Uma vez que a divulgação da carta divulgada por ele frustrou o mercado financeiro pela falta de explicitação de comprometimento fiscal. Com isso, mesmo com o clima externo mais ameno, o real se descolou de seus pares e fechou a semana mais depreciado.
Nessa semana, os primeiros sinais do mercado são de alguma reversão do otimismo externo. Timiraos, ontem, falou sobre a possibilidade das Fed Funds irem além do esperado. Já a Europa trouxe um dado pior de inflação. No cenário interno, a pauta política deve continuar preponderando no movimento dos ativos, após a decisão da eleição de ontem – ficam no radar as sinalizações do novo presidente e a postura a ser tomada pelo atual governo.