Minuto Mercado

SEMANA 30/01 a 03/02

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MINUTO MERCADO MONEYCORP
SEMANA 30/01 A 03/02

Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

ü  IGP-M Brasil - Janeiro (segunda-feira 8h)
Estimativa: 0,22% MoM
Os preços do atacado seguem mostrando arrefecimento, com destaque para o núcleo do IPA Industrial, em linha com a desinflação global de bens acompanhada. Apesar da surpresa altista do último IPCA-15, os sinais continuam apontando para desaceleração de núcleos, contribuindo para uma perspectiva favorável para a inflação ao consumidor. Dados mais fortes tendem a depreciar o real.

ü  PIB Zona do Euro 4º Tri (terça-feira 7h)
Estimativa: 1,7% YoY
A retração esperada na margem (-0,1% QoQ) deve refletir a desaceleração econômica da região, que coloca viés negativo à demanda global no ano. Além disso, na quinta-feira, o BCE deve elevar a taxa básica de juros, a fim de conter o avanço inflacionário – o que tende a continuar impactando negativamente a atividade. Números mais fracos aumentam a probabilidade de um cenário recessivo e, portanto, tendem a fortalecer indiretamente o dólar.

ü  FOMC - EUA (quarta-feira 16h)
Estimativa: 4,75%
Apesar de dados recentes confirmando a desaceleração econômica, a persistência da força do mercado de trabalho, com consequente afrouxamento das condições financeiras, mantém a percepção de que o Fed deve manter discurso mais duro em relação à política monetária, apesar da redução de ritmo de alta de juros esperada. Às 16h30, Powell discursará. Uma alta maior, ou um tom mais hawkish do dirigente, fortalecem o dólar.

ü  Pedidos de Auxílio Desemprego - EUA (quinta-feira 10h30)
Estimativa: 200k
Antecedendo o Payroll, esse dado de mais alta frequência deve indicar – assim como ADP e JOLTS da semana – a dinâmica do mercado de trabalho americano. Nas últimas semanas, os pedidos têm ficado consistentemente abaixo do consenso das projeções, mostrando resiliência do setor. Na atual conjuntura de aperto monetário, dados acima das projeções tendem a enfraquecer o dólar.

ü  Payroll EUA - Janeiro (sexta-feira 10h30)
Estimativa: 188k
O mercado espera um número mais moderado que o de dezembro (223k), refletindo algum arrefecimento do mercado de trabalho. Porém, como tem crescido a discussão acerca de uma recessão nos EUA, será importante olhar para salários. No caso de uma variação maior da folha de pagamentos somada a salários mais fracos, o dólar tende a ficar mais fraco, já que sinaliza que o Banco Central americano está cumprindo sua missão de desacelerar a economia evitando uma recessão intensa.

A tendência de dólar fraco segue preservada no mercado externo. Os dados americanos de atividade confirmaram a desaceleração econômica em curso no país – o PIB do 4º trimestre dos EUA, apesar de ter ficado acima do consenso (2,9% vs projeções de 2,6% QoQ), trouxe uma composição menos favorável. Essa leitura, somada às sondagens abaixo do esperado e aos flashs PMIs ainda indicando retração da economia, contribuiu para a discussão acerca de uma recessão no país. Com isso, a redução do ritmo de alta das Fed Funds para 0,25% nessa semana deve apoiar uma visão mais construtiva para o cenário global à frente. A China, por sua vez, ao retornar do feriado do Ano Novo Lunar, deve impactar positivamente os mercados.

No cenário interno, uma menor intensidade de ruídos políticos tem colaborado para uma volatilidade mais moderada do real. Do lado dos dados, a nota de crédito do Banco Central mostrou uma alta de 1,1 ponto percentual, em relação a 2021, na inadimplência do crédito livre, encerrando o ano em 4,2%. Esse dado tende a aumentar o risk-off do investidor, já que esse é um importante risco baixista para a atividade interna deste ano – ao mesmo tempo em que recentes as sondagens do consumidor têm apontado um ímpeto maior do consumo das famílias de menor renda. Já a divulgação do IPCA-15 de janeiro, embora acima do consenso (0,55% vs projeções de 0,51%), mostrou serviços subjacentes e núcleos desacelerando, contribuindo para uma visão ainda benigna da inflação. De todo modo, seguem as incertezas fiscais. Com isso, esperamos que Copom mantenha a Selic estável e continue apontando o impacto dos riscos fiscais para a dinâmica da inflação e da política monetária.

A semana será repleta de dados importantes que indicarão a dinâmica da economia neste ano. No Brasil, destaque para a eleição das Casas na quarta-feira.