Minuto Mercado
29/08/2022

SEMANA 29/08 a 02/09
4 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa.
ü CAGED – emprego formal Brasil – julho (segunda)
estimativa: 258,7 mil empregos no mês
dado deve confirmar bom momento do mercado de trabalho brasileiro e colaborar para melhor performance relativa do real
ü JOLTS – criação de emprego EUA – julho (terça 11h)
estimativa: 10.475 mil vagas em aberto no mês
mercado de trabalho americano segue forte, mas já inicia trajetória de desaceleração a ser confirmada por este dado
ü Resultado Primário Consolidado – julho (quarta 9h30)
estimativa: R$ 20,9 bilhões
indicador deverá confirmar o curto prazo mais favorável das contas públicas, apesar dos questionamentos em relação ao médio e longo prazo, tendo em vista a incerteza sobre nova regra fiscal;
ü PIB Brasil – segundo trimestre (quinta 9h)
estimativa: +0,9% no trimestre (QoQ)
indicador deve confirmar solidez da atividade econômica brasileira em 2022;
ü Payroll (relatório de emprego EUA) – julho (sexta 9h30)
estimativa: 300 mil vagas criadas no mês
emprego nos EUA segue forte, assim como salários seguem pressionados, surpresas para cima tendem a contribuir para o fortalecimento do dólar
O ambiente global segue bastante volátil. De um lado, persiste o temor de desaceleração da atividade econômica global e; de outro, a inflação preocupa e impulsiona o aperto da política monetária em países centrais. Além disso, no campo geopolítico global, o cenário segue com muitas fontes de perturbações: a guerra na Ucrânia, a tensão entre China e Taiwan e quase constantes conflitos no Oriente Médio. Nos últimos dias, falas mais duras de dirigentes do FED, inclusive de Powell em Jackson Hole, juntamente com dados mistos de atividade econômica nos EUA geraram uma queda do apetite por risco, o que fortaleceu o dólar americano e depreciou as moedas de países emergentes.
O Real, por sua vez, continuou exibindo boa performance relativa nos últimos dias, mesmo diante do cenário externo mais adverso. Uma possível explicação para esse melhor resultado do real é o fato de o Brasil se diferenciar do resto do mundo por estar já na fase final de aperto monetário. Assim, o Brasil oferece juros reais mais atrativos que os outros países e pode estar atraindo fluxo para renda fixa, além disso, verificamos também o retorno de recursos para a bolsa brasileira, ainda que na última semana tenha dado sinais de moderação.
Porém, vetores domésticos seguem conferindo maior volatilidade para a moeda como a elevação do risco fiscal, tendo em vista os gastos extras com programas sociais, o que contribui para tendência de depreciação do real. Ademais, a tensão entre os poderes executivo e judiciário persiste elevada e contribui para elevação do risco político. Todavia, o Brasil tem mostrado sinais de resiliência e força na atividade econômica e no mercado de trabalho. De fato, as revisões de crescimento do PIB seguem positivas tanto para 2022 e 2023, ao passo que as revisões no restante do mundo seguem negativas.