Minuto Mercado
26/09/2022

SEMANA 26/09 a 30/09
3 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
Balança comercial brasileira mensal – parcial setembro (segunda 15h)
Dados fortes de exportações e saldo devem colaborar para boa performance do real
IPCA-15 – Brasil setembro (terça 9h)
estimativa: -0,15% no mês
Deflação nos combustíveis segue impactando indicador, mas o núcleo deve confirmar a tendência de desaceleração, ainda que lenta.
CAGED – emprego formal Brasil - agosto (quarta)
estimativa: criação de 264,7 mil vagas no mês
Dado deve confirmar bom momento do mercado de trabalho brasileiro, um dos pilares da resiliência da atividade econômica. Surpresas para cima tendem a favorecer a moeda brasileira.
Resultado Fiscal Consolidado – Brasil - agosto (sexta 9h30)
estimativa: resultado primário de R$ -27,4 bilhões no mês
Indicador deve confirmar melhora dos dados fiscais correntes tendo em vista a maior arrecadação e controle de despesas por conta do teto de gatos, o que não deve se manter nos próximos meses por conta dos gastos sociais extras já contratados e desonerações de impostos.
PCE – inflação nos EUA - agosto (sexta 9h30)
estimativa: núcleo de 0,5% no mês
A exemplo do CPI, o PCE deverá confirmar piora na margem da inflação corrente americana. Surpresas para cima tendem a fortalecer o dólar.
O ambiente global continua bastante volátil. De um lado, persiste o temor de desaceleração mais intensa da atividade econômica global e; de outro, a inflação preocupa e impulsiona o aperto da política monetária em países centrais. De todo modo, o dólar americano segue mostrando força, ora pelo diferencial de juros, ora por ondas de aversão ao risco. Na semana passada, o FOMC adotou tom mais duro contra inflação, o que contribuiu para fortalecimento do dólar. Além disso, a elevação da aversão ao risco pelo aumento da tensão da guerra na Ucrânia e elevação da probabilidade de recessão global acabaram dando força adicional para o dólar americano e penalizado demais moedas. Destaque para a libra esterlina que se enfraqueceu enormemente por conta do anúncio de novo pacote fiscal do Reino Unido que inclui redução de impostos e aumento de gastos.
O real segue impactado pelo movimento de dólar forte, porém, continua a apresentar boa performance relativa. De um lado persistem os fatores estruturais relacionados ao diferencial de juros, melhora do câmbio contratado comercial (redução do diferencial entre contratado e físico do saldo) e diferencial de crescimento favorável.
Porém, vetores domésticos seguirão conferindo volatilidade para a moeda no curto prazo como a elevação do risco fiscal, tendo em vista os gastos extras com programas sociais que visem favorecer o incumbente no pleito, a tensão entre os poderes executivo e judiciário e a elevação do risco eleitoral, tendo em vista a maior proximidade das eleições. Porém, nesse momento, o fator dominante para a moeda brasileira parece ser mesmo o movimento externo de fortalecimento do dólar.