DÓLAR ABRE A 4.8298. A semana fecha com a divulgação do IPCA-15, além da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Relatório Trimestral de Inflação (RTI), e os investidores acompanham ainda a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que discursa em uma conferência realizada pelo BIS e pelo BC do Peru. À medida que cresce as especulações que o BC Americano deve adotar um ritmo mais veloz de aperto, os discursos dos dirigentes do Federal Reserve em busca de pistas adicionais ficam no radar. Também será acompanhado o índice de sentimento do consumidor dos EUA da Universidade de Michigan. Na Bélgica ocorre a reunião do Conselho Europeu.

Os futuros de Nova York oscilam ao redor da estabilidade, enquanto as bolsas europeias perderam força, mas estão no positivo, após a divulgação do índice Ifo de sentimento das empresas da Alemanha, que caiu mais do que o esperado em março, a 90,8 pontos. No Reino Unido, as vendas no varejo caíram 0,3% em fevereiro ante janeiro. O petróleo opera sem direção única. E ontem o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reforçaram estarem unidos em condenar a Rússia pela guerra "injustificada e não provocada" na Ucrânia. Biden propôs ontem expulsar a Rússia do G-20 e prometeu responder à altura caso Moscou decida usar armas químicas na Ucrânia. Além disso, EUA e Reino Unido anunciaram novas sanções contra a Rússia.

O esperado arrefecimento do IPCA-15 de março deve ajudar a reforçar que o ciclo de aperto monetário pode estar perto do fim. A mediana das estimativas do Projeções Broadcast aponta para alta de 0,86% na margem, após avanço de 0,99% em fevereiro. Ontem os juros caíram após Campos Neto confirmar não ser provável uma alta da Selic em junho. Ainda assim, o mercado não alterou a mediana do mercado para a taxa Selic no fim do ciclo, de 13,25%. A falta de fôlego nos futuros de Nova York não deve ajudar muito o Ibovespa, mas o dólar mais fraco ante a maioria das moedas emergentes e ligadas a commodities pode ser um bom sinal para o real. No câmbio, o dólar teve um rompante de queda, quando furou R$ 4,80 (mínima de R$ 4,7660), para depois virar para alta e voltar de novo. Já sem o mesmo fôlego dos pregões anteriores, fechou em baixa de 0,25%, valendo R$ 4,8320.

Segundo pesquisa Datafolha o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceria Bolsonaro em segundo turno por 55% a 34%, uma vantagem de 21 pontos, ante 29 na pesquisa anterior.