Minuto Mercado
24/10/2022

SEMANA 24/10 a 28/10
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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
ü Nota do Setor Externo Brasil - Setembro (segunda-feira 9h30)
estimativa: transações correntes: US$ -4 bilhões no mês
Os dados do BC devem continuar mostrando déficit em conta corrente no patamar dos US$ 4 bilhões, refletindo principalmente remessas de lucros e dividendos e elevação de gastos com viagens. Por outro lado, o FDI deve seguir forte (expectativa US$ 5 bilhões), o que efetivamente financia esse déficit. Déficit menor que o esperado e/ou FDI maior beneficiam o real.
ü IPCA-15 Brasil - outubro (terça-feira 9h)
estimativa 0,08%
A variação em campo positivo – após a deflação do mês passado – reflete principalmente a ausência do efeito do corte de impostos e alimentação no domicílio mais forte.
ü Definição da Taxa Selic - Brasil (quarta-feira 18h30)
expectativa 13,75%
Existe consenso no mercado quanto à estabilização da taxa de juros pelo BC. Talvez vejamos pistas sobre trajetória futura da taxa. Uma visão que tenda ao afrouxamento monetário tende a desfavorecer o real.
ü PIB EUA - 3ºTRI (quinta-feira 9h30)
estimativa 2,3% no trimestre
Após a queda de 0,6% QoQ no segundo trimestre, é esperado que a recuperação americana continue em curso. Como o Fed tem agido de forma a desaquecer a economia, números menos robustos enfraqueceriam o dólar americano.
ü PCE (índice de preços) EUA - setembro (sexta-feira 9h30)
estimativa 0,3%
A inflação deve continuar em dinâmica mais pressionada, em especial, nos serviços. Surpresas para cima fortalecem o dólar.
Apesar da volatilidade, o cenário externo contribuiu para o enfraquecimento do dólar na última semana. No Reino Unido, persiste o ambiente de instabilidade, após a renúncia da primeira-ministra Liz Truss, que pode forçar o Tesouro a adiar o anúncio de seu plano fiscal, previsto para o dia 31 de outubro. Porém, isso trouxe algum alívio à libra – enfraquecendo indiretamente o dólar – pela expectativa de um novo nome mais austero à frente do governo. Já nos EUA, a sinalização de desconforto de autoridades quanto aos aumentos “excessivos” e ao ritmo de alta das taxas de juros reverteu totalmente a piora das treasuries observada ao longo da semana, trazendo uma melhora significativa aos mercados e favorecendo as moedas de emergentes.
No cenário doméstico, a apreciação do real refletiu principalmente o noticiário político, devido à ausência de outros indicadores relevantes. Ao longo da semana, pesquisas eleitorais indicaram uma margem cada vez mais apertada entre os candidatos à presidência da república, favorecendo expectativas de continuidade de uma agenda liberal, caso o presidente seja reeleito. Há também discussões mais avançadas e explicitadas sobre uma nova regra fiscal no caso de reeleição do presidente, embora isso implique a queda do teto de gastos, que foi tão relevante para queda dos juros reais de equilíbrio e de prêmios de risco no Brasil.
Nessa semana, a agenda cheia de dados importantes (internos e externos) e a reta final da campanha para o segundo turno devem afetar a performance do real. De qualquer forma, a moeda brasileira segue performando bem na comparação relativa.