DÓLAR ABRE A 5.4605. Presidente Bolsonaro sanciona o orçamento de 2022 e fica no radar do dia. Na quarta-feira, e esperada a definição da política monetária dos EUA e investidores aguardam pelo presidente Powell. Divulgação dos balanços nos EUA continuam na semana, além do IPCA-15 de janeiro e o PIB do quarto trimestre de 2021 dos EUA e Brasil.

Bolsas internacionais em queda e juros dos Treasuries em alta na espera de uma possível divulgação de aumento de juros em março e manutenção das taxas no encontro de quarta-feira. Fica no radar dos investidores os desdobramentos das tensões entre Ucrânia e Rússia e os resultados de índice de gerentes de compras (PMI) composto da zona do euro, Alemanha e Reino Unido. O dólar, que vinha flertando nos últimos dias com R$ 5,40, interrompeu o fôlego de queda e subiu 0,72%, cotado a R$ 5,4553. Mas ainda continua distante da resistência técnica de R$ 5,495 apontada pelos grafistas. Apesar de a moeda americana ter parado de cair na 6ªF, ainda acumulou baixa semanal de 1,05% e cai 2,16% este mês. O real não desperdiça a chance de faturar o fluxo de capital estrangeiro direcionado à bolsa e aos juros. Além disso, a zeragem dos comprados no câmbio futuro tem ajudado o dólar a furar suportes no spot.

À espera de sinais sobre começo do ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos, deve pesar nos mercados locais, que pode também manter cautela diante das preocupações após a sanção do Orçamento de 2022 com veto de R$ 3,184 bilhões, mais do que R$ 2,8 bilhões anunciados por Bolsonaro no fim de semana, mas bem abaixo do valor sugerido pelo Ministério da Economia, de R$ 9 bilhões em despesas obrigatórias neste ano. Para o reajuste de servidores públicos federais foi sancionado R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022, recurso para atender os policiais federais, grupo estratégico para Bolsonaro em ano eleitoral, o que pode afetar ainda mais a tensão de demais classes de servidores.

Na sexta-feira, 21, o presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes, Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a apresentar em até dois dias, justificativas aos ataques realizados contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante participação ao vivo na TV Brasil.