DÓLAR ABRE A 4.9293. As atenções nesta quarta-feira estarão nos presidentes do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, e do Banco da Inglaterra (BoE). O presidente dos EUA, Joe Biden, tem uma reunião de emergência da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) amanhã, onde vai se encontrar com outros líderes do G7, e fará um discurso a líderes da União Europeia (UE).

Investidores atentos aos desdobramentos da guerra entre Ucrânia e Rússia, um deles é a preocupação com inflação e o outro a possibilidade de uma política monetária mais agressiva pelo Federal Reserve. Dirigentes do BC americano têm sinalizado que os juros nos EUA podem subir em ritmo mais veloz. No Reino Unido, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 6,2% em fevereiro, na comparação anual, o maior nível desde 1992 e acima da estimativa de analistas (6%). Com relação à guerra, o governo americano vai decretar ainda nesta semana sanções contra a maioria dos membros da Duma Estatal da Rússia, a câmara baixa do parlamento, como forma de restringir Moscou devido a invasão da Ucrânia.

Com a agenda local fraca, o foco do mercado hoje deve ficar em Campos Neto e nos presidentes dos bancos centrais dos EUA e Inglaterra, sendo que a postura mais defensiva dos mercados internacionais com a guerra na Ucrânia pode pesar nos negócios. Também estão sendo monitorados os desdobramentos do escândalo na esfera política envolvendo o governo e a bancada evangélica. Depois de ter começado a semana furando os R$ 5, o dólar partiu ontem para a faixa de R$ 4,90 na mínima intraday (R$ 4,9051) e, de degrau a degrau, vai refletindo o fluxo que ainda não parou de entrar no Brasil. No fechamento, a moeda valia R$ 4,9152 (-0,59%). No câmbio futuro, o contrato para abril caiu 0,63%, a R$ 4,9250. Além de o investidor estrangeiro seguir atraído pelas commodities, também a taxa de juro real doméstica continua servindo como importante atrativo para o capital externo e mais ou menos tanto faz até onde vai a Selic.

O presidente da Frente Parlamentar Evangélica, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), vai fazer o pronunciamento hoje em nome da bancada sobre o gabinete paralelo de pastores que controlam as verbas do Ministério da Educação. O deputado Professor Israel Batista (PV-DF) apresentou um pedido de abertura de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) no Congresso para investigar o caso. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu ontem, 22, por unanimidade, não analisar a consulta formulada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre a viabilidade de adotar medidas para redução de preço de combustíveis no ano eleitoral.