DÓLAR ABRE A R$ 5.2690. As atenções desta quarta-feira serão direcionadas para as decisões sobre juros no Brasil e nos EUA e para as possibilidades das respectivas políticas monetárias para os próximos meses, principalmente em relação ao início do tapering americano. Nos EUA, tem também as vendas de moradias usadas, enquanto no Brasil o relatório de receitas e despesas da economia e a expectativa pelo desenrolar da reforma administrativa.

Na espera de sinais do início do tapering em entrevista do presidente do Fed, Jerome Powell, hoje à tarde, os mercados dão um aceno de otimismo. Além disso, se espera por projeções macroeconômicas que poderão mostrar que a maioria dos dirigentes do Fed está alinhada e prevê que os juros subirão ao menos uma vez em 2022. Já em relação a Evergrande as incertezas continuam gerando receio entre investidores, visto que as bolsas asiáticas fecharam mistas. O governo chinês anunciou US$ 18,5 bilhões no sistema financeiro para auxiliar a gigante dos imóveis em sua retomada. Após manter sua política monetária, o presidente do Banco do Japão disse que a crise de liquidez da Evergrande não deverá se tornar um problema global.

O otimismo vindo de fora reflete também nos negócios locais, porém ficam de olho no desfecho encontrado para os precatórios, que tira R$ 49 bilhões do teto de gastos em 2022. A medida encontrada pode deixar uma parte do pagamento dos precatórios do ano que vem fora do teto e isto pode influenciar os mercados locais. Esse acordo pode afetar grandes empresas, bancos e fundos de investimento. No câmbio, o pior cenário para o real nesta quarta seria Fed hawkish [iniciando o tapering já hoje] + Copom dovish. Já que a surpresa ideal de um BC mais agressivo no comunicado parece improvável.  O mercado não sabe exatamente que recados esperar hoje do BC e do Fed. Mas, ainda assim, desarmou a pressão. O dólar, que na máxima intraday havia batido R$ 5,3373, voltou para R$ 5,2863 no fechamento, em queda de 0,84%.

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está com covid-19. Ele faz parte da comitiva que acompanhou o Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Ontem, Bolsonaro ao defender o “tratamento precoce” para a covid-19 na abertura da assembleia não foi bem-visto pelos diplomatas brasileiros e estrangeiros. Começou a ser discutida entre os principais líderes do centrão a possibilidade de Bolsonaro (sem partido) não disputar as eleições de 2022. O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, foi colocado na lista de investigados pela comissão da Covid-19, após depoimento.