Minuto Mercado

SEMANA 22/08 a 26/08

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa.

ü  Balança comercial brasileira mensal – parcial agosto I segunda 15h
dados fortes de exportações e saldo devem colaborar para boa performance do real

ü  Prévia PMI Industrial EUA Markit – agosto I terça 10h45
estimativa: 51,9 no mês
indústria tenda a mostrar certa estabilidade na margem, surpresas negativas tendem depreciar o dólar americano

ü  IPCA-15 agosto I quarta 9h
estimativa: -0,79%
descompressão da inflação corrente tende a favorecer o cenário de final do ciclo de aperto monetário no Brasil

ü  CAGED – dado de emprego formal no Brasil I quinta 15h
estimativa: 255 mil vagas criadas
indicador deve confirmar bom momento do mercado de trabalho brasileiro

ü  Simpósio anual de banqueiros centrais em Jackson Hole EUA – discurso de Powell I sexta 11h
fala neste evento sempre traz bons indícios dos próximos passos da política monetária americana. Um tom mais conservador por parte do chairman tende a contribuir para o fortalecimento do dólar


O ambiente global segue bastante volátil.
De um lado, persiste o temor de desaceleração da atividade econômica global e; de outro, a inflação preocupa e impulsiona o aperto da política monetária em países centrais. Além disso, no campo geopolítico global, o cenário segue com muitas fontes de perturbações: a guerra na Ucrânia, a tensão entre China e Taiwan e quase constantes conflitos no Oriente Médio. Nos últimos dias, falas mais duras de dirigentes do FED, juntamente com dados mistos de atividade econômica nos EUA geraram uma queda do apetite por risco, o que fortaleceu o dólar americano e depreciou as moedas de países emergentes.

O Real, por sua vez, continuou exibindo boa performance relativa nos últimos dias. Uma possível explicação para esse melhor resultado do real é o fato de o Brasil se diferenciar do resto do mundo por estar já na fase final de aperto monetário, enquanto os Estados Unidos e os outros países emergentes ainda estão em meio ao processo de alta de juros. O Brasil oferece juros reais mais atrativos que os outros países e pode estar atraindo fluxo para renda fixa, além disso, verificamos também o retorno de recursos para a bolsa brasileira.

Porém, vetores domésticos seguem conferindo maior volatilidade para a moeda como a elevação do risco fiscal, tendo em vista os gastos extras com programas sociais, o que contribui para tendência de depreciação do real.
Ademais, a tensão entre os poderes executivo e judiciário persiste elevada e contribui para elevação do risco político. Todavia, o fato do candidato à frente nas pesquisas mostrar sinais de moderação no discurso acaba tendo impacto favorável na moeda.