DÓLAR ABRE A R$ 5.0968. Paulo Guedes, ministro da Economia, e Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, participam da Conferência do BTG Pactual Brasil, enquanto aguardam o desfecho do reajuste do funcionalismo federal e a divulgação do IPCA-15 de fevereiro amanhã. Nos Estados Unidos, fica no radar o PMI industrial e de serviços de fevereiro, além de discurso de Raphael Bostic, presidente do Federal Reserve de Atlanta.

Um possível confronto entre Rússia e Ucrânia afeta o mercado global, mas após a divulgação do índice IFO de sentimento de empresas da Alemanha subir acima do esperado, as Bolsas europeias apresentam melhora. Os índices futuros de Nova York e os juros dos Treasuries mais longos operam em queda nesta manhã, enquanto o dólar está misto diante de moedas emergentes e ligadas a commodities. Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou o envio de tropas para as regiões separatistas de Donetsk e Luhansk, no leste da Ucrânia, depois de reconhecê-las como repúblicas independentes. Em resposta, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou proibições a novos investimentos nas chamadas regiões do leste da Ucrânia e a importação para os Estados Unidos, direta ou indiretamente, de quaisquer bens, serviços ou tecnologia das áreas abrangidas. Diante das incertezas sobre como as exportações de óleo e gás da Rússia se comportarão caso houver uma guerra real, o petróleo volta a subir entre 3% e 4%. Nesta terça-feira os mercados asiáticos fecharam em queda.

Mercado externo instável deve influenciar o local enquanto não se decide o dia da votação do pacote proposto pelo Senado para reduzir o preço dos combustíveis que pode ocorrer hoje, amanhã ou ser adiada para março por falta de acordo da maioria. Os mercados de juros e câmbio tendem a ficar voláteis com a instabilidade geopolítica, após quedas fortes ontem, mas eventual nova queda não é descartada. E sobre o reajuste do funcionalismo, Bolsonaro insinuou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) nesta segunda-feira, 21, e pediu compreensão de outras categorias que eventualmente fiquem de fora dos reajustes salariais concedidos pelo governo neste ano. No câmbio, o investidor estrangeiro colocou mais R$ 1,41 bilhão na renda variável na última quinta-feira na B3, apesar de o Ibov ter interrompido naquele pregão a sequência de sete altas seguidas. No ano, já entraram R$ 53,702 bilhões em k externo. Como resultado direto da entrada de fluxo externo, o real segue performando bem. Na mínima de ontem, o dólar chegou a R$ 5,10 e tocou R$ 5,0754 (-1,26%). Só reduziu o fôlego de queda, por causa da escalada das tensões lá fora. Fechou em baixa de 0,64%, a R$ 5,1070, mesmo diante da alta do dólar na comparação com a maioria das divisas emergentes e de países exportadores de commodities. No câmbio futuro, a moeda para março caiu 0,65% (R$ 5,1125).

Segundo pesquisa CNT/MDA divulgada ontem à noite, entre os pré-candidatos às próximas eleições, João Doria, governador de São Paulo tem a maior rejeição do eleitorado. Já o governo Bolsonaro é considerado ruim ou péssimo para 42,7% dos entrevistados e ótimo ou bom para 25,9%.