Minuto Mercado
21/11/2022

SEMANA 21/11 a 25/11
5 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
ü PPI Alemanha - Outubro (segunda-feira 4h)
estimativa: 42,1% YoY
Após registrar 45,8% YoY em setembro, a inflação ao produtor deve arrefecer, aliviando a perspectiva dos preços ao consumidor na Zona do Euro – que têm mantido o BCE mais duro quanto ao aperto monetário em curso. Surpresas baixistas enfraquecem indiretamente o euro;
ü PMIs EUA - Prévia de Novembro (quarta-feira 11h45)
O mercado espera que o PMI da Indústria continue com tendência de arrefecimento (de 50,4 para 50,0), em linha com outros dados que já mostram moderação da economia americana, em resposta aos juros mais restritivos – como a inflação ao produtor (PPI) da semana passada, que veio mais fraca que o esperado. Já o PMI de Serviços deve avançar na margem (47,8 para 48,0), mas ainda indicando contração do setor (abaixo de 50). Dados mais fortes tendem a fortalecer o dólar nesse momento;
ü Ata do FOMC - EUA (quarta-feira 16h)
A comunicação do Fed deve indicar a postura dos dirigentes quanto aos próximos passos da política monetária americana, que deve diminuir o ritmo de alta das taxas de juros. Hoje, agentes do mercado têm um consenso sobre um aumento de 50bps na próxima reunião, mas divergem quanto ao ponto terminal do ciclo. Uma comunicação mais hawkish fortalece o dólar.
ü IPCA-15 Brasil - Novembro (quinta-feira 9h)
Estimativa: 0,58%
A inflação ao consumidor no Brasil deve continuar tendência de alta, com destaque para o avanço de alimentação (principalmente in natura), bens industriais e gasolina. Porém percepção continua majoritariamente construtiva, pela persistência da trajetória de descompressão dos núcleos.
ü Nota do Setor Externo Brasil - Outubro (sexta-feira 9h30)
Estimativa: US$ -4,5 bi
As transações correntes devem registrar um déficit menor que o de setembro (US$ -5,7bi), em linha com a atividade interna ainda aquecida. Já o FDI (investimento estrangeiro direto) deve continuar robusto, mas mais moderado, passando de US$ 9,2bi para US$ 6,7 bi na comparação mensal – suficiente para cobrir o resultado deficitário do balanço. Resultados mais altos tendem a beneficiar o real.
O ambiente global segue bastante volátil.
De um lado, persiste o temor de desaceleração mais intensa da atividade econômica global, em especial, na Europa, Reino Unido e China e; de outro, a inflação segue como preocupação e impulsiona o aperto da política monetária em países centrais. Na última semana, tensões geopolíticas e os dados mais fracos de China aumentaram o risk-off, indicando um cenário ainda desafiador para a economia global no próximo ano. Por outro lado, a inflação ao produtor nos EUA ficou abaixo do esperado (tanto no número cheio quanto no núcleo), sugerindo um menor repasse nos preços ao consumidor. E a produção industrial americana recuou 0,1% em outubro, enquanto o NUCI permaneceu em queda, corroborando a expectativa de um ponto terminal do ciclo de alta das Fed Funds menos pressionado.
O real também fechou a semana próximo à estabilidade, embora também tenha oscilado significativamente. A ausência de dados relevantes concentrou as atenções no noticiário político, que permaneceu permeado de incertezas. O destaque ficou por conta dos possíveis impactos da PEC de Transição, que permitiria um gasto de R$ 198 bilhões em 2023, além do teto de gastos, sem contrapartida de arrecadação ou de cortes de despesas. Aliados do governo eleito, no entanto, reforçaram que haverá responsabilidade fiscal no próximo mandato após encontrarem resistências, enquanto líderes políticos indicaram uma mobilização no sentido de alterar a proposta antes de protocolá-la – o que reverteu o forte sentimento de aversão ao risco do mercado.
Já nessa semana, sinalizações econômicas do governo eleito devem continuar norteando a taxa de câmbio, bem como a Ata do FOMC, os PMIs e o IPCA-15, principalmente.