DÓLAR ABREA A 5.4156. Sexta-feira sem indicadores econômicos, com exterior pessimista os mercados locais também devem ser impactados nesta manhã, sem tirar do radar a crise fiscal e político institucional do País. Bruno Funchal, secretário especial do Tesouro e Orçamento, e Paulo Guedes, ministro da Economia, participam de evento hoje à tarde e ficam no foco dos investidores. Bolsonaro deve sancionar ou vetar o fundo eleitoral de campanha para 2022.

As principais bolsas europeias e os índices futuros das bolsas de Nova York operam em baixa acompanhando a queda do petróleo e dos juros dos Treasuries, enquanto o dólar volta a subir ante principais moedas depois de fala do Fed que há chances de iniciar ainda este ano o aperto monetário nos EUA. A disseminação da variante delta do coronavírus de fato é uma preocupação para economia mundial e, na Europa, os investidores sentem a alta anual da inflação ao produtor alemão em julho ao maior nível desde 1975, enquanto as vendas no varejo no Reino Unido caíram 2,5% em julho ante junho, abaixo do que se esperava. Na Ásia, os índices acionários tiveram leve queda, mas a bolsa de Hong Kong foi que mais cedeu, após a China aprovar hoje uma lei de privacidade que vai restringir a coleta de dados de usuários por companhias de tecnologia.

A frequente pressão externa pode influenciar à bolsa e ao real. Ontem, o dólar subiu a R$ 5,4228 no mercado à vista, acumulando ganho de 3,29% na semana e de 4,09% em agosto. Já o Ibovespa ganhou fôlego depois de significativas perdas intradia e subiu 0,45%, a 117.164,69 pontos, mas na semana tem perda de 3,32% e, em agosto, de 3,81%, colocando o ajuste negativo do ano a 1,56%. O investidor tende a adotar postura mais reativa nesta sexta-feira, principalmente à tarde. Após o Tesouro voltar a reduzir as ofertas nos leilões de títulos públicos ontem e diante dos impasses sobre a PEC dos precatórios, do Auxílio Brasil e da reforma do Imposto de Renda, o mercado de juros fica de olho em discursos de Funchal e Guedes.

O presidente Bolsonaro vai entrar com uma ação no STF para proibir o Supremo de abrir investigação sem passar pelo Ministério Público Federal (MPF). E em live, Bolsonaro afirmou que o reajuste de "no mínimo" 50% prometido para o Auxílio Brasil, a partir de novembro, será feito com responsabilidade, "sem furar teto, sem demagogia". O Senado aprovou ontem, a Medida Provisória 1.042, que reformula a estrutura de cargos em comissão e funções de confiança do governo, autarquias e fundações, agora a aprovação segue para o presidente.