Minuto Mercado
19/09/2022

SEMANA 19/09 a 23/09
3 minute readOs principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:
- Balança comercial brasileira mensal – parcial setembro (segunda 15h)
dados fortes de exportações e saldo devem colaborar para boa performance do real;
- Novas construções residenciais – EUA agosto (terça 9h30)
estimativa: 1,45 milhões de novas construções no mês
Setor imobiliário segue desacelerando e contribui para esfriamento da atividade econômica americana.
- Decisão de taxa de juros – FOMC EUA (quarta 15h)
estimativa: 3,25% no mês
Apesar da desaceleração recente da atividade econômica, FED deverá dar mais peso para deterioração da dinâmica da inflação de curto prazo nos EUA confirmando, assim, a terceira alta de juros de 75 pontos. Se Powell mantiver tom mais duro contra inflação em sua fala após reunião, o dólar americano tende a se fortalecer.
- Decisão de taxa de juros – COPOM Brasil (quarta 18h30)
estimativa: 13,75% no mês
BCB tende a manter a taxa de juros inalterada, encerrando assim o ciclo de aperto monetário. Importante será o tom do BCB sobre próximos passos da política monetária: um tom percebido como mais duro tende a favorecer o real.
- Prévia PMI Markit industrial – EUA setembro (sexta 10h45)
estimativa: 51,3 no mês
Indicador deve confirmar desaceleração da indústria americana. Surpresas para baixo tendem a enfraquecer o dólar.
O ambiente global continua bastante volátil. De um lado, persiste o temor de desaceleração mais intensa da atividade econômica global e; de outro, a inflação preocupa e impulsiona o aperto da política monetária em países centrais. De todo modo, o dólar americano segue mostrando força, ora pelo diferencial de juros, ora por ondas de aversão ao risco. Nessa semana, o FOMC provavelmente adotará tom mais duro contra inflação, o que tende a contribuir para fortalecimento do dólar.
Nos últimos dias, o real foi impactado pelo movimento de dólar forte e acabou depreciando, porém, continua a apresentar boa performance relativa. De um lado persistem os fatores estruturais relacionados ao diferencial de juros, melhora do câmbio contratado comercial (redução do diferencial entre contratado e físico do saldo) e diferencial de crescimento. Nesse último, o Brasil mostrou crescimento superior a 4% anualizados no primeiro semestre do ano, contra a forte desaceleração da economia global no mesmo período.
Porém, vetores domésticos seguirão conferindo volatilidade para a moeda no curto prazo como a elevação do risco fiscal, tendo em vista os gastos extras com programas sociais que visem favorecer o incumbente no pleito, a tensão entre os poderes executivo e judiciário e a elevação do risco eleitoral, tendo em vista a maior proximidade das eleições.