Minuto Mercado

SEMANA 17/10 a 21/10

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

ü  PIB China - 3ºT (segunda-feira 23h)
- estimativa: 3,4%
Após a queda de 2,6% no 2º trimestre, por conta da política de “covid zero”, que impactou negativamente o setor de serviços, o 3º trimestre deve mostrar uma recuperação. Surpresas altistas tendem a favorecer moeda de países exportadores de commodities, como o real.

ü  Produção Industrial EUA - Setembro (terça-feira 10h15)
- estimativa: 0,1%
 
O indicador deve mostrar certa estabilidade na margem, em linha com as sondagens industriais recentes, que têm mostrado uma acomodação do setor no agregado. Resultados mais baixos tendem a enfraquecer o dólar.

ü  Fluxo Cambial Semanal (quarta-feira 14h30)
Na primeira semana de outubro, o saldo do segmento financeiro foi positivo, refletindo, em parte, o fluxo de entrada de estrangeiros na B3, enquanto o comercial foi negativo. Ao longo do mês, essa dinâmica deve se equilibrar, com o segmento comercial indo para o campo positivo, em linha com os dados robustos da balança física – o que beneficia o real.

ü  Livro Bege - EUA (quarta-feira 15h)
Após a Ata do FOMC, aqui temos uma análise qualitativa da economia. Importante atentar para apontamentos em relação ao mercado de trabalho. Espera-se uma descrição da recente dinâmica de contratação, que impacta o nível salarial. Esse, por sua vez, impacta a inflação – ponto fundamental para as decisões do Fed.

ü  Vendas de Moradias Usadas EUA - Setembro (quinta-feira 11h)
- estimativa: vendas de 4,7 milhões de moradias usadas
É esperada uma nova queda na margem, conforme a desaceleração mais intensa já vista no setor imobiliário. Surpresas para cima fortalecem o dólar.

Os vetores externos continuam em favor do fortalecimento do dólar. Apesar do aperto da política monetária e da piora das condições financeiras, os dados do mercado de trabalho e de inflação continuam fortes, o que coloca viés altista para o fim do ciclo de aperto monetário americano – sustentando a moeda. Além disso, o Reino Unido tem sido destaque no aumento do risk-off externo, pois persistem os reflexos negativos do programa de redução de impostos, anunciado no fim de setembro. Por fim, as tensões geopolíticas, a guerra na Ucrânia, a crise energética na Europa e a continuidade da perspectiva de desaceleração da China aumentam os temores a respeito de uma recessão global.

O cenário interno, por outro lado, tem atuado menos sobre a performance do real nos últimos dias, sendo, portanto, o fortalecimento do dólar, o driver mais relevante. Porém, no ano, o real mantém a performance relativa favorável tendo em vista: o diferencial de crescimento da economia brasileira em relação aos demais países, o elevado diferencial de juros, a melhora do saldo contratado comercial no ano e fluxos para bolsa e investimento direto no país.

Não há dados domésticos relevantes nos próximos dias, porém a campanha para o segundo turno pode impactar a moeda brasileira ao longo da semana, principalmente levando em consideração as pesquisas eleitorais mais recentes, que têm mostrado uma margem apertada entre os candidatos à presidência.