Minuto Mercado
17/01/2022

NO LOCAL IGP-10 E IBC-BR, ENQUANTO OS MERCADOS SE ANIMAM DIANTE DO PIB E DO CORTE DE JURO NA CHINA.
4 minute readDÓLAR ABRE A R$ 5.5350. Mercados fechados em Nova York devido feriado, pode diminuir a liquidez do pregão local. Enquanto os resultados do IGP-10 de janeiro e do IBC-BR de novembro já devem refletir logo na abertura. Também fica no radar a paralisação por reajuste salarial de empregados da Eletrobras, que começa hoje, e de servidores públicos dos três poderes, nesta terça-feira. No exterior, durante a semana, o Fórum Econômico Mundial, na Suíça, será acompanhado. Além da decisão de política monetária que será anunciada pelo Banco do Japão e de importantes indicadores programados, como o índice de atividade industrial Empire State do Fed de Nova York, a Confiança das Construtoras americanas de janeiro e a inflação ao consumidor (CPI) de dezembro da zona do euro e Alemanha. Também ficam no radar a divulgação de balanços do Bank of America, Goldman Sachs, Morgan Stanley e Netflix.
Em manhã de liquidez reduzida por causa do feriado americano e após dados chineses de crescimento melhores do que o esperado. As bolsas da Europa reagem e operam em alta. O Produto Interno Bruto (PIB) chinês teve aumento anual de 4% no quarto trimestre de 2021, maior do que se previa, porém, menor do que no terceiro trimestre (4,9%). Com a economia travada por conta dos recorrentes surtos de covid-19 e com o mal desempenho do setor imobiliário, o banco central chinês - PBoC - anunciou um corte de juros nesta segunda-feira. A taxa de empréstimos de médio prazo (MLF) de um ano caiu de 2,95% para 2,85% e a taxa de juros de contratos de recompra (repôs) reversa de 7 dias, de 2,2% para 2,1%. Segundo a Capital Economics, outras reduções de juros virão no curto prazo e ao longo do primeiro semestre deste ano. Nos EUA, nas últimas semanas, as bolsas de Nova York ficaram pressionadas por sinais de que o Federal Reserve pretende implantar o aperto de sua política monetária elevando os juros em março.
O exterior em alta deve impactar os mercados locais ainda mais que dados de inflação e atividade do País devem vir melhores que o esperado, mesmo assim as expectativas de alta nos juros de pelo menos 150 pontos da Selic no Copom em fevereiro se mantêm. Na Bolsa, o Ibovespa acumulou alta de 4,10% na semana passada, a perspectiva agora é que com as vendas de ações da Braskem pela Petrobras e Novonor, registrada na CVM na sexta-feira, que deve movimentar R$ 8 bilhões e afetar a precificação das ações das empresas. Os papéis da Eletrobras podem ser pressionados pelo início da greve agendada para hoje. E ainda o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) aprovou um calendário de manifestação para reivindicar aumento salarial de 19,99% e tentar reverter a perda inflacionária no governo Bolsonaro. No câmbio, a Selic perto de 10% aumenta o custo de hedge e inibe posições especulativas compradas em dólar. Além disso, o real é favorecido pela garantia de Powell de que o Fed não terá pressa para começar a reduzir o balanço patrimonial. O seu recado nada muda nas condições de liquidez para os emergentes até o início de maio ou meados de junho. Assim, embora mantida a convicção de que o ciclo de aperto começará em março, o dólar teve forte correção no acumulado da semana passada (-2,10%) e o ajuste trouxe a moeda a R$ 5,50 na mínima intraday de 6ªF (R$ 5,5087). No fechamento, valia R$ 5,5132 (-0,29%) no mercado à vista e R$ 5,5350 (-0,23%) no câmbio futuro (fevereiro).
Para cumprir a promessa eleitoral, feita na campanha de 2018, de corrigir a faixa de isenção para cinco salários-mínimos (equivalente a R$ 6.060 diante do atual teto de R$ 1,9 mil mensais), o presidente Jair Bolsonaro solicitou ao Ministério da Economia uma solução para ampliar a correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) ainda neste ano. Em reunião com economistas do PT, na sexta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que o mercado financeiro não deve ditar o debate econômico do País.