DÓLAR ABRE A R$ 5.2763. Presidente Bolsonaro diz que quer afastar ministros do STF e piora a imagem política do país. Semana com acareação, na CPI da COVID, entre o ministro do Trabalho, Onyx Lorenzoni, e o deputado federal Luis Miranda, que apresentaram versões diferentes sobre a compra da vacina indiana Covaxin. O mercado local também acompanha a votação da reforma do Imposto de Renda esperada na Câmara, à medida que continua avaliando os riscos fiscais. Já na agenda econômica o foco vai para os dados de inflação. No mercado externo, as atenções se voltam para a ata do Federal Reserve (Fed). Indicadores da China e geopolítica impõe alerta nos mercados internacionais.

Cenário externo pesam diante de dados econômicos da China divulgados hoje, menor do que o aguardado, grupo radical islâmico Taleban ocupa o poder no Afeganistão e nova onda de infecção pela covid-19. Os futuros de Nova York têm leve queda, após recordes históricos na última sexta-feira. Investidores temem o impacto da variante delta do coronavírus na economia americana, prova disto é a queda surpreendente no dado de sentimento do consumidor americano de agosto, menor nível desde 2011. O indicador também influenciou o dólar diante das principais moedas e nos rendimentos dos Treasuries. Nesta manhã, o juro da T-note cai com a cautela nos mercados enquanto o índice DXY opera em alta.

Os riscos político e fiscal pesam no nos mercados financeiros. A Bolsa brasileira tem tendência de baixa, devido cuidado com o mercado externo e piora na imagem política no País. O dólar também deve ser impactado com aumento ante o real. O foco do mercado de juros recai nas contas públicas, além da inflação. A alta dos preços da cesta básica em SP, 22% mais cara em um ano, já encosta no salário mínimo de R$ 1.100, e essa inflação coincide com os riscos fiscais e todas as incertezas políticas alimentadas pelo clima eleitoral antecipado. Os mesmos fatores pressionam o dólar, que voltou a ser negociado na faixa de R$ 5,25, a R$ 5,2451, no fechamento de sexta-feira. A baixa de 0,21% foi possível graças ao tombo da moeda americana em escala global.

Mandeta, ex-ministro da Saúde, disse ontem à noite em live que "o presidente, que atacava o Parlamento, depois que se alinhou ao Centrão, passou a atacar o Judiciário e o STF. Eu acho que não estamos muito longe de uma ruptura institucional". Nesse mesmo evento, o general Santos Cruz, ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo da Presidência do Brasil, classificou de lastimável o atual momento da política no Brasil.