Minuto Mercado

SEMANA 13/03 A 17/03

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

Balança Comercial Semanal - Brasil (segunda-feira 15h)
Após registrar um superávit de US$ 2,8 bi em fevereiro, o resultado dessa semana já contará com 8 dias úteis de março. É esperado que o saldo da balança de bens siga contribuindo positivamente às contas externas, embora alguma moderação ocorra ao longo do ano devido à desaceleração externa. Superávits tendem a apreciar o real.

CPI EUA - Fevereiro (terça-feira 9h30)
Estimativa: 0,4% MoM
Em audiência com o Comitê Bancário do Senado, o presidente do Fed sinalizou semana passada que as altas de juros devem continuar nos EUA e que, se necessário, o ritmo seria reacelerado. Como a inflação segue pressionada, os próximos resultados serão decisivos aos próximos passos de política monetária à frente. Números mais altos que a expectativa fortalecem o dólar.

Vendas no Varejo EUA - Fevereiro (quarta-feira 9h30)
Estimativ
a: 0,1% MoM
A surpresa altista do resultado de janeiro reverteu o arrefecimento do comércio visto nas divulgações anteriores. A abertura que serve como uma proxy para a atividade de serviços nos EUA (food services and drinking places) avançou expressivamente, indicando resiliência da economia a despeito do aperto monetário. Neste contexto, resultados acima do esperado tendem a apreciar o dólar.

Decisão de Política Monetária - Zona do Euro (quinta-feira 10h15)
Estimativa: 3,50%

Com a persistência de patamares elevados de inflação, representantes do BCE têm afirmado que novos aumentos das taxas de juros podem ser necessários – além da alta de 50bps prevista para esta reunião. Outros membros, porém, têm uma visão mais construtiva da inflação e, portanto, são mais dovish com relação à política monetária. Destaque, então, para o comunicado, que indicará a postura prospectiva da instituição. Tons mais amenos tendem a enfraquecer o dólar, indiretamente, pela menor aversão ao risco.

PNAD Contínua Brasil - Janeiro (sexta-feira 9h)
Estimativa: 8,2%

Apesar de ainda resiliente, o mercado de trabalho começa a dar sinais de desaceleração, no atual ambiente de condições financeiras restritivas. Na semana passada, embora o Caged (que contempla somente trabalhadores formais) tenha surpreendido positivamente as projeções, o dado dessazonalizado mostrou arrefecimento das contratações em janeiro em relação a dezembro – confirmando essa dinâmica. Taxas de desemprego mais fracas que as projeções tendem a apreciar o real.

O dólar ganhou força semana passada. Em audiência do Senado, Powell sinalizou que uma aceleração das altas das Fed Funds poderia ocorrer, já que os dados estariam mostrando uma economia ainda forte. Os números do mercado de trabalho mostraram justamente isso: o Payroll registrou 311k vagas em fevereiro (vs est. 225k). Por outro lado, uma mensagem mais positiva veio de salários, que avançaram menos que o esperado (0,2% MoM). Mesmo assim, houve piora significativa dos ativos intensificada pela crise no Silicon Valley Bank (SVB). Já a China, revelou no Congresso do Povo que a meta de crescimento do país será de 5% em 2023 – aquém das expectativas do mercado.

A despeito do ambiente externo mais adverso, o real mostrou alguma apreciação. A expectativa de uma antecipação dos cortes da taxa Selic ganhou probabilidade e o noticiário político contribuiu para um maior risk-on. A iminência da divulgação do novo arcabouço fiscal, contemplando tanto receitas quanto despesas, e a instalação da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) tendem a diminuir as incertezas quanto às condições financeiras. Porém, o IPCA de fevereiro (0,84% vs est. 0,78%) reverteu boa parte da melhora, ao indicar que a composição da inflação permaneceu menos construtiva, tal qual indicado no IPCA-15. Houve aceleração do núcleo, com preços mais elevados de serviços subjacentes. De toda forma, a desaceleração da atividade e preços menos pressionados de commodities favorecem cortes de juros a partir de junho.

Nessa semana, além dos dados americanos, terá destaque os desdobramentos da crise bancária nos EUA. Aqui, o foco será o arcabouço fiscal e novos debates com relação à taxa Selic.