Minuto Mercado

SEMANA 13/02 A 17/02

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MINUTO MERCADO MONEYCORP
SEMANA 13/02 A 17/02

Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

  • Balança Comercial Semanal - Brasil (segunda-feira 15h): O resultado robusto da balança comercial de janeiro corroborou o viés positivo para a balança de bens das contas externas deste ano. Na primeira prévia de fevereiro, que já contará com 8 dias úteis, é esperado que essa dinâmica continue. Superávits tendem a apreciar o real.
  • CPI EUA - Janeiro (terça-feira 10h30)
    Estimativa: 0,5% MoM
     
    Nesta divulgação, será importante observar o núcleo de serviços que exclui Housing, já que dessa forma a distorção metodológica provocada por esta abertura no índice cheio é excluída. Assim, será possível ter uma interpretação da inflação ao consumidor mais associada à dinâmica de salários – fator crucial para o Fed neste momento de aperto monetário. Números mais altos que a expectativa fortalece o dólar.
  • Vendas do Varejo EUA - Janeiro (quarta-feira 10h30)
    Estimativa: 1,8% MoM
    Em linhas gerais, o setor do comércio nos EUA tem mostrado o almejado arrefecimento da atividade local por parte do Fed. A abertura de Food Services and Drinking Places, que serve como uma proxy para o desempenho de serviços, recuou em dezembro, indicando desaceleração da economia. Neste contexto, resultados acima do esperado tendem a fortalecer o dólar.
  • Produção Industrial EUA - Janeiro (quarta-feira 11h15) estimativa: 0,5% MoM
    O setor manufatureiro já apresenta um nível da capacidade instalada da indústria (NUCI) menos pressionado, em linha com as condições financeiras americanas mais restritivas. Nessa conjuntura, a discussão acerca de uma recessão nos EUA tem crescido. Com isso, resultados abaixo do esperado têm fortalecido o dólar.
  • PPI EUA - Janeiro (quinta-feira 10h30)
    Estimativa: 0,4% MoM
    Em dezembro, a inflação americana ao produtor trouxe uma sinalização positiva ao ficar abaixo das projeções. Essa dinâmica benigna deve persistir, dada a desaceleração econômica global em curso e a gradual normalização das cadeias produtivas globais – o que contribui para uma visão construtiva da inflação ao consumidor. Dados abaixo do esperado tendem a enfraquecer o dólar.

O dólar segue volátil no mercado externo. A postura de Powell na semana passada contribuiu para certa moderação dos preços dos ativos. Em entrevista, o presidente do Fed voltou a citar os riscos altistas para a inflação americana, com possibilidade de um ponto terminal mais alto que o previsto da alta das Fed Funds. Porém o mercado esperava uma sinalização mais dura, dado o forte resultado do último Payroll. Assim, embora o cenário mais provável ainda seja de afrouxamento monetário só em 2024, o investidor pôde vislumbrar uma conjuntura prospectiva menos negativa da economia americana – em linha com a ideia de “soft landing”. Por outro lado, alguns sinais contrabalancearam essa melhora, como os dados de pedidos de auxílio desemprego, que ficaram acima das expectativas, os dados de inflação chineses. A inflação ainda moderada do núcleo do CPI e os preços ao produtor ainda em deflação trouxeram certa cautela quanto ao ritmo de retomada econômica da China.

Já o real estendeu sua desvalorização nos últimos dias. A ata do Copom foi destaque da agenda da semana passada. Embora tenha mantido o tom hawkish do comunicado, houve um aceno do Banco Central à Fazenda. Essa interpretação de busca por alinhamento contribuiu para a redução dos prêmios de risco. Porém sinalizações do poder Executivo continuaram sendo preponderantes à performance da moeda brasileira – que refletiu a incerteza do investidor quanto à autonomia da instituição monetária e à política fiscal. Cresceu a possibilidade de mudanças nas metas de inflação, o que tende a desancorar as expectativas. Além disso, é esperado que o presidente indique nomes às diretorias do Banco Central (de Política Monetária e de Fiscalização) que se contraponham à atual gestão – trazendo dúvidas acerca da condução da taxa Selic futura. A surpresa positiva do IPCA de janeiro (0,53% MoM vs est. 0,56%), com composição positiva, também foi neutralizada por esses ruídos.

Nessa semana, a ausência de indicadores relevantes no Brasil concentrará novamente as atenções do mercado no noticiário político. Destaque para a reunião do CMN na quinta-feira. Lá fora, os dados americanos vão ajudar nas prospecções da economia global deste ano.