Minuto Mercado

SEMANA 10/10 a 14/10

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

  • IPCA Brasil de Setembro (terça-feira 9h)
    Após o IPCA-15, que apresentou uma descompressão nos preços de bens industriais e de serviços, ganhou espaço a visão mais construtiva do Copom com relação à inflação. Essa divulgação deve trazer novamente uma deflação (mediana das expectativas em -0,33% na margem), favorecendo a performance do real.
  • Ata do FOMC - EUA (quarta-feira 15h)
    Após uma semana recheada de discursos mais duros de dirigentes do Fed com relação à inflação, que foram refletidos na abertura de Treasuries, a ata deve confirmar uma tendência a altas de juros por parte da instituição. Essa postura tende a fortalecer o dólar.
  • CPI (inflação) EUA de Setembro (quinta-feira 9h30)
    A despeito de uma decomposição mais favorável, aluguéis devem manter serviços pressionados; a expectativa do mercado é de um avanço de 0,2% da inflação ao consumidor. Se confirmada, essa alta deve sacramentar – em conjunto com o Payroll mais forte da semana passada – uma alta de 75bps nos juros por parte do Fed. Surpresas para baixo beneficiariam a moeda brasileira.
  • PMS Brasil de Agosto (sexta-feira 9h)
    Serviços têm apresentado números bastante fortes nas últimas divulgações, em linha com os números do mercado de trabalho, que seguem positivos. A expectativa é que se mantenha o bom desempenho do setor, o que coloca viés negativo no real.
  • Vendas no varejo EUA de Setembro (sexta-feira 9h30)
    embora o custo de vida tenha aumentado, o que coloca viés de baixa no número, o crédito ao consumidor continua resiliente e pode ajudar a manter o desempenho positivo do setor (o mercado espera uma alta de 0,2% das vendas no mês). Surpresas para baixo tenderiam a enfraquecer o dólar.

No cenário externo, há uma expectativa de dólar mais forte, refletindo principalmente dados da economia norte-americana, que têm mostrado resiliência a despeito do aperto monetário. Além disso, o ambiente de aversão ao risco – por fatores como a escalada de tensões geopolíticas entre Coreia do Norte e EUA, e a possível crise energética europeia – sustentam a moeda norte-americana.

Já o cenário doméstico tem favorecido o real. Predomina no mercado um maior otimismo, após o primeiro turno das eleições, com relação ao risco fiscal – a bancada eleita do Congresso indica uma limitação de possíveis políticas heterodoxas à frente. Vale ressaltar, porém, que a adoção de medidas populistas para tornar o incumbente mais competitivo no segundo turno poderá contrapor o otimismo do mercado. Apesar disso, o viés negativo na inflação tende a beneficiar a moeda.

Embora haja dados relevantes na próxima semana, o câmbio deve estar mais suscetível ao noticiário. Lembrando que na quarta-feira os mercados estarão fechados.