Minuto Mercado
06/10/2021

EXTERIOR TENSO DEVE REPERCUTIR NO LOCAL
3 minute readDÓLAR ABRE A R$ 5.5026. A atividade econômica ainda fraca no País foi validada pelos dados de vendas no varejo e de veículos mais baixos que os esperados, enquanto o IGP-DI de setembro pode ser influenciado pelos preços do minério de ferro em dólar. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, avisou que os valores dos ativos serão reajustados caso não houver respeito ao teto e nem à Lei de Responsabilidade Fiscal. Nos Estados Unidos, mercado espera pelo indicador de criação de empregos no setor privado em setembro positivo, dado considerado como um sinal do payroll, que sai na sexta.
Os juros dos Treasuries estão em alta nesta manhã e faz o dólar manter-se elevado, apoiados pela incerteza sobre o teto da dívida dos Estados Unidos, a espera pela retirada dos estímulos monetários antes do fim do ano, pelo Fed, e por preocupações com a atual tendência de alta da inflação. Com isso, os índices futuros de Nova York e as bolsas europeias têm fortes quedas, devido as encomendas à indústria da Alemanha e as vendas no varejo da zona do euro terem sido menores do que o esperado. As bolsas na Ásia e na Austrália também apresentam baixa hoje.
Os ativos locais devem ser impactados pelo exterior negativo, e por aqui esperam que o governo junto com o Congresso ache uma solução para os problemas fiscais, como precatórios, Auxílio Brasil e extensão do auxílio emergencial. Várias associações do setor elétrico pedem apoio às lideranças do Congresso Nacional para excluírem os 'jabutis' incluídos na nova versão da MP da crise hídrica, pois disseram que podem encarecer a conta de luz nos próximos anos. As discussões políticas com intuito de baixar os preços dos combustíveis seguem no radar também. No câmbio futuro, o estresse na reta final dos negócios com a chance de o auxílio emergencial ganhar novas parcelas levou o contrato de dólar para novembro a encerrar com valorização de 0,55%, negociado a R$ 5,5015. Pouco antes, durante o pregão regular, a moeda americana já havia fechado perto da máxima do dia (R$ 5,4876) no mercado à vista, em alta de 0,71%, cotada a R$ 5,4851. Sofreu a pressão dos riscos fiscais e do tapering. O novo patamar do câmbio, já rompendo R$ 5,48, é um canal importante de transmissão à inflação, sem que os leilões extraordinários de swap cambial promovidos até aqui pelo BC estejam dando conta de segurar a barra.
A concessão de um auxílio temporário emergencial de vale-gás está sendo discutida pelo governo junto com Congresso. Hoje o governo se reúne com a bancada ruralista do Congresso, principal aliada, para tratar sobre pautas importantes para o setor e governo. O Palácio do Planalto tem segurado a liberação de recursos de emendas sobre o “orçamento secreto”.