DÓLAR ABRE A R$ 5.1701. Pedido de urgência para priorizar o projeto do imposto de renda aprovado na Câmara, juntando com a crise política, os riscos fiscais e Copom mais rígido podem continuar influenciando nos ativos locais. O mercado aguarda a decisão de juros do Banco da Inglaterra e o resultado da balança comercial dos EUA em junho, mas o que deve pesar mesmo são os pedidos semanais de auxílio-desemprego dos EUA e discurso de Christopher Waller, diretor do Federal Reserve. 

As bolsas europeias, os índices futuros de Nova York e os juros dos Treasuries tem alta nesta manhã influenciados pelo apetite a risco dos investidores. Também aguardam por balanços, dados de atividade e pela recuperação do mercado de trabalho americano, o payroll de julho, que será divulgado amanhã. Na Europa, balanços e dado de encomendas à indústria da Alemanha positivos influenciaram a alta das ações.

Mercado externo estável, balanços positivos da Petrobras e Banco do Brasil e a alta do petróleo podem restringir a repercussão desfavorável no Ibovespa do Copom mais duro anunciado ontem, além de também influenciar os juros e o câmbio. A Câmara aprovou a urgência da mudança da reforma tributária do imposto de renda por 278 a 158 votos, possibilitando que o texto passe na frente de outros assuntos e possa ser pautada em plenário de imediato. Mercado deve reagir mal a está pauta. Já a proposta do governo para parcelar o pagamento de precatórios pode dar fôlego para novos gastos em 2022. 

Sem maior convicção ontem, o dólar passou o dia se revezando entre altas e baixas. Perto do fechamento, tomou alguma coragem para contrariar a tendência externa e fechar em leve queda de 0,13%, cotado a R$ 5,1858. O fluxo cambial contou a favor, positivo em US$ 1,616 bilhão na semana passada. Deste total, US$ 1,049 bi veio pelo canal financeiro e US$ 567 mi pela via comercial. No acumulado de julho, a conta fixou positiva em US$ 831 mi. Se dependesse do efeito combinado do BC conservador com o ingresso de recursos (que também têm vindo dos IPOs), daria para apostar que o dólar se consolidaria abaixo de R$ 5,20. Mas os ruídos fiscais protagonizam os riscos.

A polêmica em adotar o voto impresso continua, ontem, em entrevista ao programa Pingo nos Is, da Jovem Pan, Bolsonaro falou que a investigação sobre o disparo de fake news acatada pelo STF nasce sem qualquer fundamento, voltou a mostrar indícios de fraude contra urna eletrônica e a criticar o presidente do TSE.  Ciro Nogueira, novo ministro da Casa Civil, tomou posse nesta quarta-feira (4).