Minuto Mercado

SEMANA 03/10 a 07/10

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

  • Balança comercial brasileira mensal de setembro (segunda 15h)
    estimativa: saldo US$ 4,5 bilhões
    dados fortes de exportações e saldo devem colaborar para boa performance do real;

  • JOLTS – criação de empregos nos EUA de agosto (terça 11h)
    estimativa: 11.075 mil vagas abertas
    indicador deverá refletir um mercado de trabalho forte e sólido na economia americana, ainda dificultando a convergência da inflação pelo FED;

  • Produção Industrial – Brasil - agosto (quarta 9h)
    estimativa: -0,6% no mês
    dado negativo atrelado ainda aos problemas nas cadeias produtivas, não deve reverter o bom momento da atividade econômica brasileira, surpresas para cima tendem a favorecer a moeda brasileira;

  • IGP-DI – inflação no atacado Brasil de setembro (sexta 8h)
    estimativa: -0,84% no mês
    indicador deve confirmar melhora / queda de preços ao produtor tanto industriais, quanto agrícolas;

  • Relatório de Emprego - EUA de setembro (sexta 9h30)
    estimativa: criação de 250 mil empregos no mês
    dado deverá confirmar robustez do mercado de trabalho americano. Surpresas para cima tendem a fortalecer o dólar.

O ambiente global continua bastante volátil. De um lado, persiste o temor de desaceleração mais intensa da atividade econômica global e; de outro, a inflação preocupa e impulsiona o aperto da política monetária em países centrais. De todo modo, o dólar americano segue mostrando força, ora pelo diferencial de juros, ora por ondas de aversão ao risco. Nos últimos dias, o FOMC adotou tom mais duro contra inflação, o que contribuiu para fortalecimento do dólar. Além disso, a elevação da aversão ao risco pelo aumento da tensão da guerra na Ucrânia e elevação da probabilidade de recessão global acabaram dando força adicional para o dólar americano e penalizado demais moedas.

O real segue impactado pelo movimento de dólar forte, porém, continua a apresentar boa performance relativa.  De um lado persistem os fatores estruturais relacionados ao diferencial de juros, melhora do câmbio contratado comercial (redução do diferencial entre contratado e físico do saldo) e diferencial de crescimento favorável.

Porém, vetores domésticos seguirão conferindo volatilidade para a moeda no curto prazo:  o resultado do primeiro turno das eleições eleva a probabilidade de alguma migração para o centro pelo candidato à frente nas pesquisas. Além disso, a composição mais à direita da Câmara e Senado também obrigará Lula, se eleito, a compor com partidos de Centro. Tudo isso tende a fortalecer a moeda.