Minuto Mercado

SEMANA 02/01 a 06/01

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Os principais acontecimentos da semana que poderão influenciar a cotação do dólar de acordo com nossa consultoria econômica externa:

Balança Comercial Mensal - Brasil (segunda-feira 15h)
estimativa: US$ 3 bilhões
O resultado da balança física de 2022, apoiado principalmente pela balança de petróleo nas últimas divulgações, confirmará a robustez das contas externas, que deve se estender ao próximo ano – a despeito da desaceleração econômica mundial esperada. Dados mais fortes têm impacto positivo sobre o real.

Gastos com Construção EUA - Novembro (terça-feira 12h)
estimativa: -0,4% MoM
O setor imobiliário, bastante relevante para a economia americana, deve continuar dando sinais de desaceleração – em linha com o aperto monetário em curso. Números menos pressionados de gastos com construção tendem a enfraquecer o dólar.

ISM da Indústria EUA - Novembro (quarta-feira 10h)
estimativa: 48,5
Antecedendo a divulgação da Ata do FOMC, na qual o Fed deve reforçar sua postura de política monetária ainda cautelosa, o ISM será relevante para observação do nível de atividade e do dinamismo da indústria, no atual processo de desaceleração da economia interna. Resultados acima do esperado tendem a fortalecer o dólar.

PIM Brasil - Novembro (quinta-feira 9h)
estimativa: -0,2% MoM
Em outubro, a indústria avançou na margem, mas a composição do dado trouxe sinais de desaceleração do setor, principalmente por conta de bens de capital e bens duráveis. É esperado que em novembro esse movimento de arrefecimento se intensifique, em linha com as sondagens recentes e a queda observada do NUCI. Dados mais fortes tendem a apreciar o real.

Payroll EUA - Dezembro (sexta-feira 10h30)
estimativa: 200k
Conforme acompanhado nos resultados recentes do JOLTS, a economia americana ainda tem apresentado um número de vagas abertas de emprego muito superior ao número de desempregados, o que pressiona os salários. É esperado que em dezembro a folha de pagamentos indique alguma moderação na criação de empregos, com relação ao mês anterior, o que seria um sinal positivo para a inflação prospectiva. Logo, surpresas altistas tendem a fortalecer o dólar.

A agenda mais esvaziada do ambiente externo na última semana fez com que o dólar operasse próximo à estabilidade, com influência moderada sobre o desempenho de moedas de países emergentes, embora o efeito líquido tenha sido ligeiramente positivo. O destaque ficou por conta das mudanças anunciadas na China com relação à política de Covid-Zero, que eliminaram a quarentena obrigatória e as restrições de voos para o país – só se exige agora um teste negativo de 48 horas antes da viagem. Ainda que o país esteja tendo problemas em sua reabertura, com alta expressiva de casos e consequentes gargalos na área da saúde, medidas nessa direção tendem a possibilitar o vislumbre de uma recuperação econômica global.

O cenário interno, por outro lado, tem trazido volatilidade ao real, que terminou a semana passada mais depreciado. No tocante aos dados, destaque para a inadimplência, que teve aumento marginal (de 3,0% para 3,06%) mas trouxe um sinal negativo para PJ, que avançou de 1,67% para 1,78%. Além disso, a geração de empregos formais também ficou abaixo do esperado, indicando desaceleração da economia interna. Esses dados somados ao noticiário político contribuíram para o enfraquecimento da moeda, que continua suscetível a especulações com relação a políticas a serem adotadas pelo atual governo.

Nessa semana, terão destaque os dados externos, que indicarão a dinâmica da atividade global deste ano. Além disso, novas sinalizações políticas devem ser preponderantes ao desempenho da moeda brasileira, como a decisão de prorrogação da desoneração de combustíveis assinada ontem, permitindo ao investidor vislumbrar o cenário fiscal à frente.