Minuto Mercado
11/05/2021

Ameaça de inflação em dia de ata de COPOM e IPCA reflete nos mercados externos
DÓLAR ABRE A R$ 5.2296. Hoje os olhares estão voltados para a ata do Copom e IPCA de abril, além da audiência pública do ministro da Economia, Paulo Guedes, sobre a reforma administrativa na CCJ da Câmara, e as divulgações de balanços. Agora é a vez do presidente da Anvisa ser ouvido na CPI da Covid. No exterior, aguardam pelas declarações de dirigentes do Federal Reserve e pelo relatório da Opep.
Em meio a dúvida de que a inflação global seja influenciada pelos preços das commodities, com queda das bolsas e alta dos juros dos Treasuries, traz pessimismo no mercado externo, pois poderá forçar que os bancos centrais voltem atrás das medidas de estímulo monetário que adotaram para suprir a necessidade surgida na pandemia do Covid-19. O mundo já começa a sentir os reflexos. Na China, a inflação ao produtor disparou 6,8% em abril em comparação com o mesmo mês de 2020, o maior desde outubro de 2017. Na Europa, as bolsas caem mais de 2%, inclusive a de Frankfurt, mesmo após índice ZEW da Alemanha ter atingido o maior nível em mais de 20 anos.
O pessimismo do exterior deve pesar nos mercados domésticos, mesmo que os juros futuros se ajustem ainda à ata do Copom e ao IPCA de abril. A desaceleração do IPCA pode trazer alívio, com alta estimada de 0,29%, depois de subir 0,93% em março. O Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara, defendeu ontem a aprovação de uma reforma tributária fracionada. No câmbio, o Brasil registrou superávit de US$ 2,262 bilhões na primeira semana de maio, com exportações de US$ 6,545 bilhões (+49,4%) e importações de US$ 4,382 bilhões (+64,1%), deixando em segundo planos os ruídos políticos. Além do ingresso de recursos pela via comercial, as captações corporativas e ofertas iniciais têm contribuído para reduzir as apostas contra o real.
O orçamento secreto de R$ 3 bilhões será alvo do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU). Ontem, o deputado Ivan Valente (PSOL-SP) iniciou a coleta de 171 assinaturas para poder entrar com pedido. Arthur Lira (PP-AL), negou a existência de um esquema liderado pelo governo para conseguir o apoio de parlamentares às pautas.